Fomos privilegiados de ter visto Arjen Robben jogar
Hoje, 15 de julho de 2021, Arjen Robben anunciou pela segunda vez a sua aposentadoria como jogador de futebol. Seja com a famigerada camisa laranja da seleção da Holanda, com a camisa vermelha do Bayern de Munique, com cabelo ou sem cabelo, foi um privilégio imenso para nós fãs de futebol termos tido a oportunidade de ver o holandês em campo.
Desde pequeno um mestre no futebol
Robben nasceu no dia 23 de janeiro de 1984, na cidade Bedum na província de Groninga. Em 1989, ele começava a sua carreira no mundo do futebol, aderindo então ao Método Coerver¹.
Seu primeiro clube foi o SV Bedum, clube da cidade onde Robben nasceu. No entanto, seu talento já começava a dar seus sinais e a chamar atenção de olheiros. Sua habilidade de controle da bola e trabalho técnico com os pés o transformou em um jogador valioso.
Em 1996, Robeen foi contratado pelo FC Groningen. Foi neste clube que o holandês desenvolveu seu estilo de jogo: cortar a parte interna pela direita, passar a bola para a perna esquerda e marcar os gols espetaculares que conhecemos muito bem.
Carreira prossional
FC Groningen
O time profissional do FC Groningen foi promovido a Eredivisie² no ano 2000 e, rapidamente o técnico Jan Van Dijk levou Robben para a equipe profissional para atuar no jogo contra o Twente. No entanto, a estreia do holandês só aconteceu no dia 3 de dezembro de 2000, na partida contra o RKC Waalwijk. Aos 16 anos, Robben fazia sua estreia como jogador profissional substituindo Leonardo dos Santos aos minutos.
Na temporada de 2000/01, Robben disputou 18 partidas e marcou 2 gols. Seu trabalho em campo fez com ele fosse eleito Jogador do Ano em sua primeira temporada no clube. Já na temporada 2001/02, Robben mostrou que poderia ser ainda melhor. Jogou 28 partidas e marcou 6 gols.
PSV Eindhoven
Antes do inicio da temporada de 2002/03, um Robben de apenas 18 anos foi transferido para o PSV Eindhoven por 3,9 milhões de euros. Na temporada de 2002/03, a primeira pelo clube, ele jogou 33 partidas e marcou 12 gols. Com esses números, ele foi nomeado co-jogador do ano do PSV junto com o atacante Mateja Kežman.
A parceria de ataque entre Robben e Mateja fez a torcida criar um apelido para a tão bem quista dupla: Batman e Robben. A presença de Robben em campo ajudou o PSV a conquistar o seu 17º título holandês. Nessa temporada, ele também ganhou o prêmio de Jogador Talentoso do Ano.
Mesmo a presença de Robben em campo e a parceria de sucesso com Mateja, o PSV não conseguiu superar o rival Ajax e ficou em segundo lugar.
Mas isso não impediu que clubes da Inglaterra crescessem os olhos no holandês. Robben foi até Londres conversar com Sir Alex Ferguson, na época técnico do Manchester United. Porém a proposta não agradou nem o PSV, nem Robben. Inclusive, o presidente do PSV afirmou que a proposta de 7 milhões de euros só compraria uma camisa com o autógrafo do Robben.
Em seguida, foi a vez do proprietário do Chelsea, Roman Abramovich, fazer uma proposta. Abramovich ofereceu 18 milhões de euros (12,1 milhões de libars) pelo holandês. No final da temporada 2003/04, os números de Robben eram: 23 partidas, 5 gols e 2 machucados no tendão.
Chelsea
Apesar de ter chegado ao Chelsea na pré-temporada, a estreia de Robben foi adiada para novembro de 2004. O motivo? Ele quebrou um osso metatarso do pé direito durante um amistoso da pré-temporada contra a Roma.
Já de volta aos campos, o holandês se provou um jogador essencial para a Chelsea durante a temporada 2004/05 e recebeu o prêmio de Jogador do Mês da Premier League no mês de novembro. Robben finalizou a temporada com 7 gols.
Devido a uma grave lesão Robben foi obrigado a ficar de fora da final da Copa da Liga de 2005, a disputa do título pelo time e a passagem para as semifinais da Champions League. Robben voltou em 2005/06, sendo integrante da ala esquerda. Seus números nessa temporada foram de 28 jogos e 6 gols. O Chelsea ganhava então o seu segundo título da Premier League.
A última aparição de Robben pelo Chelsea foi contra o Manchester United na final da FA Cup de 2007. O Real Madrid estava de olho no jogador e garantiu a presença dele em sua equipe ainda em 2007. Como a transferência aconteceu de forma corrida, Robben não teve tempo de se despedir da torcida e dos fãs. Porém, no site oficial do Chelsea ele deixou um depoimento que dizia:
“Foi difícil sair porque me diverti muito nos meus três anos no Chelsea e fiz muitos amigos. Não tive tempo de me despedir porque o negócio foi fechado na quarta-feira às 10 horas da noite e na manhã seguinte tive que voar. Se eu tivesse um dia de folga, gostaria de voltar e dizer adeus porque aos fãs devo um grande obrigado porque eles sempre foram bons comigo. Em meus três anos, ganhei todos os prêmios que há para ganhar na Inglaterra.”
Real Madrid
Robben chegava do Real Madrid em 22 de agosto de 2007 com um contrato de 5 anos e transferência de 24 milhões de libras (35 milhões de euros). Sua estreia foi em 18 de setembro na partida da Champions League contra o Werder Bremen. Já a estreia na La Liga veio em 23 de setembro contra o Valladolid. Em sua primeira temporada pelo time merengue, Robben jogou 28 partidas, marcou 5 gols e comemorou o primeiro título com o clube com muitos jogos de antecedência.
Seu papel no meio-campo do Real Madrid se manteve fundamental durante de 2008/09. Foram 35 jogos e 8 gols. Mesmo com esses números, com a chegada de Florentino Pérez, sua posição ficou ameaçada com as contratações de Cristiano Ronaldo e Kaká.
No fim das contas, o Real Madrid aceitou a oferta de 25 milhões de euros feita pelo Bayern de Munique. Em entrevistas, Robben afirmou que foi forçado a deixar o time merengue e que ele não queria ir, mas o clube insistiu em vendê-lo.
Bayern de Munique
Acredito que aqui podemos resumir os 10 anos de Arjen Robben no gigante da Baviera em apenas uma frase: foi onde o holandês foi valorizado e fez uma história que estará marcada para sempre na biografia do clube.
Robben chegava à Munique em 28 de agosto de 2009. A numeração da camisa que havia sido reservada para ele foi a 10, previamente utilizada por seu conterrâneo: Roy Makaay. Na sua primeira partida pelo time, dias depois da sua chegada, ele entrou em uma substituição e marcou seu primeiro gol pelo Bayern. Em março de 2010, ele marcava seu primeiro gol pelo time bávaro em uma UCL. Um gol decisivo nas oitavas de final da Champions League contra a Fiorentina, gol que ajudou na passagem do time as quartas.
Em abril de 2010, Robben mandou o Bayern para as semifinais da Champions League com um voleio digno de ser emoldurado. Ainda em abril, ele marcou seu primeiro hat-trick na Bundesliga em cima do Hannover. A partida finalizou com o placar de 7–0 para os bávaros.
Já em maio, Robben ajudou o time a levar o seu 15º título da DFB Pokal. Nesse mês ele também foi nomeado “Jogador de Futebol do Ano” na Alemanha. A temporada de 2009/10 do holandês finalizou com 37 jogos e 23 gols.
Na temporada 2010/11 Robben foi indicado para o prestigioso prêmio Ballon d’Or e o Prêmio FIFA Puskás e também foi indicado para o time da FIFA FIFPro World XI 2010 graças. Ele finalizou a temporada 2010/11 com 13 gols em 17 partidas³. Já a temporada 2011/12 seus números foram 36 partidas e 19 gols.
A temporada 2011/12 foi nebulosa, uma vez que o Bayern foi vice de tudo: Bundesliga, Pokal e Champions League. Esse período foi turvo também para Robben, uma vez que ele havia perdido um pênalti no tempo extra na final da UCL de 2011/12.
Mesmo que no começo da temporada de 2012/13 Robben tivesse começado no banco, o final da mesma foi coroado com glória graças ao holandês em um lance que jamais vamos esquecer.
No entanto, em 2013 o Bayern foi campeão de tudo e a consagração de Arjen Robben viria aos 89 minutos em Wembley, durante a final da Champions League, onde o holandês marcou o gol da virada e consagrava o Bayern enfim pentacampeão da competição. Depois de 2 vices, a glória enfim veio. Esse foi um dos gols mais emocionantes para o gigante da Baviera. A temporada 2012/13 finalizou com 31 partidas e 13 gols.
Os anos seguintes foram de sucesso e hegemonia do holandês em campo. Junto com Ribéry, o jogador formava a dupla carinhosamente chamada de Robbery. Seus números foram
- Temporada 2013/14: 45 jogos e 21 gols;
- Temporada 2014/15: 30 jogos e 19 gols;
- Temporada 2015/16: 37 jogos e 16 gols;
- Temporada 2016/17: 34 jogos e 7 gols;
- Temporada 2017/18: 19 jogos e 6 gols
Na temporada 2018/19, Robben informou que iria se aposentar do futebol. Os números do holandês nesse período foram: 34 jogos e 7 gols. E assim, Robben encerrava o seu tempo nos campos.
Ou era o que achávamos. Já em em 2020 Robben anunciou o seu retorno aos campos. Mas dessa vez vestindo a camisa de um velho conhecido: o FC Groningen.
Sua carreira futebolística enfim termina com os seguintes números: 614 partidas, 209 gols e 166 assistências.
Seleção Holandesa
Pela seleção holandesa, Robben participou das edições da Euro de 2004, 2008 e 2012 (nesta, sendo eliminada logo na primeira fase). Também participou das Copas do Mundo de 2006, 2010 e 2014.
Ao todo, Robben vestiu a camisa laranja 96 vezes, marcou 37 gols e deu 29 assistências.
Não resta dúvidas que ter assistido ao futebol de Arjen Robben foi um privilégio para os amantes do futebol ao redor do mundo. Aqui só nos resta agradecer por todas as linhas escritas no mundo da bola e, principalmente, no Bayern de Munique.
Bedankt voor alles, Arjen Robben. We zullen je bijdrage aan het voetbal nooit vergeten.
¹ O Método de Coerver foi desenvolvido na década de 70 pelo técnico holandês Wiel Coerver, com o intuito de estabelecer um método passível de ser aplicado universalmente tendo como objetivo o desenvolvimento técnico individual e de situações de jogo em que intervêm um pequeno grupo de jogadores. — Fonte. Gelsius Blog.
² Campeonato Holandês de Futebol/Campeonato Holandês — considerado a competição de futebol mais importante dos Países Baixos.
³ Robben se lesionou durante um jogo pela seleção holandesa por isso ficou de fora uns bons meses.
